A exposição FPM #1 é, na sua definição, a primeira de uma série de exposições e eventos que a partir deste momento têm lugar no edifício sede da Fundação PLMJ e da sua entidade instituidora, PLMJ - Advogados, SP, RL. A galeria de exposições, situada no 14.º piso do Edifício Fontes Pereira de Melo 41 (FPM 41), é uma conjugação de visões e conceitos espaciais pensados pelo colectivo de arquitectos que corporalizaram o edifício nas suas múltiplas funções e relações com o espaço urbano e com a actividade empresarial que se desenvolve nas novas instalações. Neste sentido, a galeria é herdeira de uma linhagem de pensamento sobre o espaço expositivo, e das diversas possibilidades para a compreensão do que poderá ser entendido como uma reconfiguração desta tipologia de espaço, com raízes históricas. Como refere o arquitecto Ricardo Bak Gordon a respeito da concepção desta galeria na entrevista com os arquitectos Patrícia Barbas e Joaquim Moreno, no livro publicado sobre o projecto do Edifício FPM 41 : "reservámos como espaço de chegada no 14.º andar um espaço de galeria com 40 metros de extensão, onde oferecemos como referências duas coisas muito distintas: o palácio Fortuny de Veneza e a Galeria do MASP (Museu de Arte Moderna de São Paulo), de Lina Bo Bardi. O nosso imaginário estava entre estas duas coisas, por um lado uma celebração do conforto e da elegância, de ter chegado a um lugar excepcional, e ao mesmo tempo revelar a colecção de um modo surpreendente, fugir ao quadro na parede, e propor uma visita ao que podia ser uma reserva de museu, mas não numa cave, mais uma reserva no céu, muito elegante e etérea, e é por isso que aparecem uns elementos móveis que permitem a fixação e substituição de obras de arte ao longo destes 40 metros". É neste contexto que a galeria se configura como o epicentro que liga a área expositiva às zonas comuns e integra obras expostas nos espaços que lhe são adjacentes, numa estreita relação com as zonas de trabalho. A estrutura modular permite criar diversos itinerários no espaço, reflectindo em cada selecção de obras um arco temporal que remonta ao início da colecção e se prolonga até à actualidade, uma série de peças sobre suporte vídeo, pintura, escultura, desenho e fotografia, entre as quais se contam obras inéditas e aquisições recentes, como por exemplo uma escultura de Sofia Leitão que teve a colaboração activa da Sociedade de Advogados PLMJ e do seu acervo bibliográfico. Esta escultura, que tem como base três fluxos dourados que jorram para o chão, foi construída, nesta versão site specific, com livros de diversas áreas do Direito, bem como com os catálogos de exposições da colecção da Fundação PLMJ. A relação entre espaços, onde o público e o privado encontram zonas de confluência, é proposta neste livro sob um olhar mais alargado da instalação da colecção nos seis pisos onde estão os serviços da PLMJ - Advogados, SP, RL., bem como no piso térreo, na área da recepção e no auditório, onde se encontra a escultura de João Pedro Vale intitulada "Blindness", que integrou a anterior recepção do edifício sito na Avenida da Liberdade. A zona destinada à recepção, de acesso público, respira visualmente para a Avenida Fontes de Pereira de Melo através das amplas paredes de vidro, permitindo a partilha e a observação das obras ali instaladas, da autoria dos artistas Ana Vidigal, Adriana Molder, Cristina Ataíde e Miguel Ângelo Rocha. A exposição FPM#1 é um ponto de partida para pensar e trabalhar a colecção num novo contexto espacial e arquitectónico: o Edifício FPM 41.